MAGALHÃES, LUIZ (1986) O BRASILEIRO SOARES, COM UMA CARTA-PREFÁCIO DE EÇA DE QUEIROZ.
PORTO. LIVRARIA CHARDRON. DE 19X13CM. COM 363 PÁGS. E
“Joaquim Soares é uma figura ímpar no tipo literário do brasileiro. Inegável protagonista de O Brasileiro Soares (1886), é, na obra, a única personagem impoluta. O “mestre” Eça de Queirós, a quem é dedicado o romance (ou novela longa) e que lhe consagra uma carta-prefácio, considera que o autor, Luís de Magalhães, mostra “no antigo tipo do Bruto a possível existência do Santo” (21). Asseverando que Magalhães “desbrasileirou o brasileiro”, Eça alude certamente às novelas de Camilo, como Os Brilhantes do Brasileiro - atribuindo ao tipo um “colete amarelo” (17), adereço pertencente ao camiliano Fialho, e que Joaquim jamais vestirá. Soares constitui deveras uma deslexicalização do torna-viagem rico, soez e boçal, tipo vivaz de fatura nacional, desde talvez Filinto Elísio. A história decorre no Brasil (mas com ambiente e personagens lusas) e no Minho, a que Joaquim regressa, enriquecido após décadas de labor intenso. Na sua aldeia natal, a Guardeira, Soares ajuda a comunidade, compra a quinta e o palacete da Cardenha, triunfa em novos investimentos e casa com a bela sobrinha Ermelinda. Em breve é traído por ela, que acaba por fugir com o amante, administrador do concelho de Bouças, a quem o brasileiro, na sua imensa boa-fé, acolhia no solar. Reconhecendo finalmente a sua ingenuidade e as próprias qualidades de sinceridade e retidão, incompatíveis com a vida,Joaquim suicida-se.” https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/20017/1/SOARES%2C%20Joaquim.pdf
Edição original, muito invulgar, de muito cuidado gráfico, com um magnífico e longo Prefácio de Eça de Queiroz. Encadernação meia francesa em material sintético com gravações na lombada
Nota: exemplar com acentuados picos de acidez próprios do papel; sem capas, apenas aparado à cabeça.