POEMAS PÓSTUMOS

GEDEÃO, ANTÓNIO (1983) POEMAS PÓSTUMOS. LISBOA: JOÃO SÁ DA COSTA: FIGUEIRINHAS [DISTRIB.]. DE 21X12 CM. COM 103 PÁGS. B.

Chamava-se Rómulo como o mítico fundador de Roma, foi um homem do Renascimento, mas viveu no século XX. Cientista, professor, poeta, homem livre nas margens da ditadura e da revolução.

“(…) Dizia que tinha vindo de uma terra assombrada (…). Não pertenceu à ditadura nem à revolução, não foi em grupos, não teve amigos, não foi boémio, alcoólico, fanfarrão. Falava mais com os olhos que com as palavras, tinha muitos admiradores, não tinha intimidades. Sabia muito bem que só sendo ferozmente banal poderia ser radicalmente livre. Por isso, a pior coisa que podem fazer a Rómulo de Carvalho/António Gedeão é continuarem a aprisioná-lo num “sonho comanda a vida”. Porque tudo o que ele foi desmente essa leitura superficial do poema: a pedra filosofal de Gedeão não é o sonho. É sim o trabalho, a dúvida, a reflexão, o pensamento que engendra nas mãos a escultura, a máscara, a catedral, a máquina”. Joana Marques