FEIJÓ, SALVATO (1992) POESIAS ESCOLHIDAS. PREF. ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA; IL. TIAGO MANUEL. VIANA DO CASTELO: CÂMARA MUNICIPAL. DE 22X22 CM. COM 78 PÁGS. B.
"Precisamente em 1876, quando o historiador vianês José Caldas iniciava a sua correspondência com Camilo Castelo Branco, nascia em Ponte de Lima, de uma distinta família que a Poesia havia amplamente bafejado, Salvato de Menezes de Castro Feijó.
Evoquei o autor de Os Humildes, lembrando a sua obra Vinte Cartas de Camilo Castelo Branco,
porque, nas "Duas Palavras" que a antecedem, Caldas descreve em páginas hilariantes extremamente sarcásticas e demolidoras, aquela "porta falsa dos versos" que os "mocinhos" vianeses da sua infância tentavam empurrar para penetraremno "Templo da Imortalidade".
(...) Salvato Feijó teve melhor sorte. A sua geração, e bem assim a geração anterior e a seguinte, reuniram alguns poetas de bom quilate, (...) Claro que, acima de tais musas, pairava a de António Feijó, que naturalmente influenciou algumas delas. Sobretudo, a do sobrinho Salvato. Dentro de um exemplar do Auto da Mentira, assinado por Salvareno, que adquiri num alfarrabista lisboeta, surpreendi algumas páginas de outra obra dramatúrgica do mesmo autor, A Feiticeira da Fraga, e a seguinte dedicatória do punho do escritor Júlio de Lemos, datada de 9 de Junho de 1943: "Oferecido, sem conhecimento do A., ao eminente poeta Dr. Carlos Lemos.
"Salvareno é o pseudónimo de Salvato Feijó, sobrinho de António Feijó, e talvez maior poeta do que este - pelo menos de maior fôlego. O lírico de Ilha dos Amores e do Sol de Inverno produziu bluettes delicadíssimas, como peregrino artista que era. Mas o Salvato (meu patrício: é de Ponte de Lima, como o tio) compõe peças de teatro em verso (...) E, num postal transcrito pelo poeta viseense no próprio volume, Júlio de Lemos acrescenta umas palavras mais à apresentação de Salvato: "Tendo líricas para um livro, deixa-as dispersas pelos jornais: e muitas, ao cabo de alguns dias, nos bolsos das calças, deita-as ao rio Lima, de fronte do qual mora, devendo _ quem sabe?!... _ter ido ter ao Brasil alguns destes inéditos. (...) Funchal de Sintra, 27 de Abril de 1991 ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA"
Cuidada edição ilustrada por Tiago Manuel.
Maculado com assinatura de posse.