QUEIRÓS, EÇA DE (S.D.) A ILUSTRE CASA DE RAMIRES. FIXAÇÃO DO TEXTO E NOTAS DE HELENA CIDADE MOURA. LISBOA: LIVROS DO BRASIL. DE 21X14 CM. COM 363, [4] PÁGS. E.
Romance editado em volume no ano da morte do autor, que o deixara pronto para publicação, e cujos primeiros capítulos tinham já saído em 1897, na Revista Moderna de Paris.
A Ilustre Casa de Ramires, para além de satirizar os processos de construção do romance histórico, questiona a relação do Portugal do século XIX com as suas memórias históricas e as suas responsabilidades presentes (lembremo-nos que Eça escreve no tempo do Ultimato inglês, em 1890, e da primeira tentativa falhada de instauração da República, em 1891). Como bem resume a personagem João Gouveia, Gonçalo Ramires, com "a generosidade, o desleixo, a constante trapalhada nos negócios", "a esperança constante nalgum milagre", "a desconfiança terrível de si mesmo, que o acobarda, o encolhe", "aquela antiguidade de raça", "aquele arranque para a África", incarna o Portugal contemporâneo de Eça, dilacerado entre o passado glorioso e a miséria presente.
Boa encadernação com a lombada e cantos em pele, decorada com artísticos ferros a ouro, rótulos e nervos na lombada; corte da cabeça carminado; por aparar nos restantes cortes e com as capas e lombada conservadas. [miolo amarelecido; corte das fls. mais escurecidos; acidez na folha de anterrosto e nas finais]
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