FRANCO, ALBERTO (2008) A PLANÍCIE: UMA VOZ NA DÉCADA DO SILÊNCIO. PORTO: CAMPO DAS LETRAS: MUSEU NACIONAL DA IMPRENSA. DE 24X16 CM. COM 217, [7] P., [16] P. IL. : ILUST. B.
"Este livro fala de um jornal que se impôs ao país, num tempo em que o jornalismo estava vigiado pela máquina censória do Estado. «A Planície» foi uma voz insubmissa que reuniu dezenas de autores para quem a escrita era a única forma de se libertarem, dentro das malhas estreitas do regime de Salazar." Luís Humberto Marcos, Director do Museu Nacional da Imprensa
«A Planície» (1952-1964), jornal quinzenário, surgiu em 1952, em Moura, no Alentejo. Em 1955, por influência de Afonso Cautela, é enriquecido com o suplemento "Ângulo - Das Artes e das Letras", que se converteu na sua pedra-de-toque. O jornal abriu-se à criação literária e ao debate cultural, atraindo jovens colaboradores de todo o país. O seu prestígio captou igualmente a atenção de nomes consagrados, como Irene Lisboa, José Rodrigues Miguéis e Jorge de Sena.
N’«A Planície» nasceu também o movimento Convívio, defensor dos direitos dos novos escritores.
O periódico era inicialmente fiscalizado pelos serviços regionais da Censura, em Beja. A dado passo, porém, Lisboa encarregou-se da missão censória, e o rigor da tesoura aumentou. Este facto, somado a outras dificuldades, ditou o fim do jornal, em 1964. «A Planície» teve "a generosidade de defender toda a juventude, acreditando que dela sairiam coisas boas", resume o poeta Casimiro de Brito. "O facto de essa geração ter produzido cinco ou seis escritores com mérito é mais que suficiente para justificar o projecto