DE REBUS PLURIBUS

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SANTO-THYRSO, 2.º VISCONDE DE (1923) DE REBUS PLURIBUS. PREF. ANTÓNIO CANDIDO. PARIS: AILLAUD; LISBOA: BERTRAND. DE 19X12 CM. COM XIX, [3], 243, [2] PÁGS. E.

No prefácio, Antônio Cândido compõe o perfil de Santo-Thirso, em que destaca o “conversador interessantíssimo”, apreciado pelas elites mundanas de Lisboa, o diplomata de carreira que viajou por quase toda a Europa e parte da América, o conhecedor das literaturas modernas, o poliglota, o jornalista, o apreciador de Stendhal e dos humoristas anglo-saxões (Swift, Carlyle).

No post-scriputm, Antonio Candido lamenta a morte de Santo Tirso, em 1919, antes que De rebus pluribus entrasse em circulação.

Os vinte e três textos que compõem a coletânea abordam vários assuntos, na perspectiva da ironia e do humor, os títulos das crônicas na forma do ditado. Cabe aqui dar destaque a algumas delas. Em “Nec solo panem...”, o autor discute a mania das citações de ouvido, entre pessoas que querem passar por eruditas, e que por isso cometem verdadeiros disparates, como atribuir a Mirabeau o ditado “nem só de pão vive o homem”. O espírito do moralista, de longa tradição entre os pensadores franceses dos séculos XVII e XVIII, perpassa a maior parte das crônicas-ditado, onde se manifesta a intenção não de ferir, mas de criticar os costumes, nos exemplos: “Dos sete pecados capitais”, “De senectudine”, “Da mediocridade”, “Das ilusões”, “De superstitionibus”.

Observador atento da mudança de hábitos entre as mulheres, algumas das quais passam a fumar em sociedade, Santo Tirso considera em “Do fumar” que as repreensões de pais austeros e “maridos cristãos” resultam em incoerência, posto que, no passado, tomar rapé era prática comum entre os avôs e as avós.

Em “Da culinária”, Santo Tirso incursiona pela gastronomia, sob o argumento de que “não é menos difícil nem menos nobre a arte de fazer molhos de peixe ou de carne, que a de fazer molhos políticos”.

O cronista também não ficou indiferente ao mundo da moda, como mostra o texto “Modas e confecções”, no qual o refinado escritor faz considerações bastante pertinentes acerca do vestuário sob a óptica social.

Não menos interessantes são as crônicas “Gens canina” e “Gens felina”, onde se manifesta o moralista na comparação entre homens e animais. Por fim, merece referência os textos “Glória literária” e “Discussões”, acompanhados do subtítulo - “conselhos aos novos” -, e onde se manifesta o ironista ao recomendar aos escritores estreantes que abram mão das ideias originais e de questionar as convicções alheias.

Encadernação inteira de pele, decorada com finos ferros a ouro nas pastas e lombada; por aparar e com as capas conservadas.

Nota: encadernação com desgaste e pequenas perdas d da pele, mais notada na zona de charneira e nas extremidades; pasta anterior com uma mancha; miolo amarelecido e com acidez; capa da brochura escurecida e manchada.

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